O percurso atravessava o subúrbio de uma pequena aldeia por
entre quintinhas e vivendas profusamente ornamentadas com bonitas e variadas
flores. O sol brilhava num céu limpo, de azul profundo, a temperatura era amena, o ambiente entre
os caminhantes peregrinos era descontraído e bem disposto. O tema de conversa
desembocou nas mini-férias que o casal Pintassilgo tinha gozado na semana
anterior. Os dois, só os dois, sem empecilhos. Foram arrulhar, propôs alguém,
foram nidificar, avançou outro alguém, foram dar umas depenicadas, atreveu-se um
terceiro alguém. A resposta mantinha-se muda, feita de sorrisos escondidos e
olhares cúmplices.
O macho Pintassilgo, todavia, não resistiu ao impulso e, entre
o provocador e o exibicionista, surripiou 4 pés de hortênsia, compôs um
rápido mas formoso ramo e foi oferecê-lo à fêmea Pintassilgo acompanhado de um
breve encontro de bicos.
O gesto mereceu o aplauso geral. Que devia servir de exemplo
e ser seguido por outros machos cujas fêmeas também estavam presentes. O macho
Branco foi determinado na recusa:
- Nem pensar, eu não ofereço flores nenhumas à minha
querida.
Provocou espanto e desaprovação geral tamanha desfaçatez,
tendo-se mesmo ouvido alguns assobios. Serenados os ânimos, ele explicou:
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