sábado, 7 de junho de 2025

CAMINHO FRANCÊS (3) - NOTAS DE REPORTAGEM - IV

Projecto (em curso): Caminho Francês, Fase 3.

Início: León

Término: O Cebreiro

Etapas: 7

Partida: 26 de abril de 2025

Chegada: 03 de maio de 2025

Distância total: 160 km

Acumulado Caminho Francês: 640 km

Aníbal Azevedo, Anselmo Cunha, Conceição Pires, Elsa Maia, Fernando Micaelo, Gena Cabaço, Jaime Matos, Joaquim Branco, Manuela Gomes, Nulita Lourenço, Paula Marques, Raul Maia, Teresa Silva.


Notas de reportagem – IV

Modelos de dinamização de espaços urbanos



Tem de se reconhecer que o modelo espanhol de ocupação e dinamização dos espaços urbanos é, definitivamente, bem mais interessante do que o português no que diz respeito, entre outros aspectos, à questão da convivência social e à componente económica. Diferentemente do que acontece por cá – em particular na nossa albi cidade, em que os espaços comerciais se situam fora do núcleo urbano -, nuestros hermanos privilegiam a dinamização dos centros das cidades, designadamente nos núcleos históricos. Um modelo que facilita a (re)vitalização desses núcleos históricos e a integração de várias funções no mesmo espaço, como seja a habitação, o trabalho, o lazer e, claro, o  comércio. 

Era dia de feira em Ponferrada. O plano gorado de apanhar o comboio das 11:50 para León (porque já não havia lugares disponíveis para todos), ofereceu-nos a oportunidade de dar uma volta pela feira local até às 15:20, hora de partida do próximo comboio.

Uma descomunal feira, um gigantesco centro comercial ao ar livre, viríamos a constatar, ocupando várias ruas, todas sem trânsito, obviamente, a fervilhar de vendedores e de consumidores. No vocabulário moderno: um espaço coworking.  As tendas espalhavam-se livremente em frente aos estabelecimentos comerciais e todas pareciam estar a fazer negócio, denunciando um casamento feliz entre os comerciantes residentes e os feirantes com vantagens para todos. A oferta era variada, da roupa às flores, da comida ao artesanato. 

Um dos locais mais interessantes – e com mais afluência - eram as duas roulottes, uma em frente à outra -, dos queijos. Empilhados uns em cima de outros, devidamente identificados pelo nome e origem a montra exibia uma enorme variedade de fermentados de vaca, ovelha, cabra e mistura, em várias tonalidades e texturas. Junto de ambas as roulottes, um amontoado aparentemente caótico de compradores. Aparentemente, porque, o atendimento era regulada por um dispensador de senhas numeradas, como se estivéssemos numa repartição de finanças a regularizar os nossos impostos. 

Ali mesmo, en la calle.


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